Silêncio. Tão profundo que eu chego a confundir o barulho da chuva com as minhas lágrimas.
O tic-tac do relógio e o meu coração batendo cada vez mais devagar.
Como eu cheguei a esse ponto?
Um filme, um livro, uma música. Eu choro à toa.
Eu só queria ficar feliz sem precisar de um motivo.
Tudo o que era mau atraía-me:
gostava de beber, era preguiçoso, não defendia nenhum deus, nenhuma, opinião política, nenhuma ideia, nenhum ideal. Eu estava instalado no vazio, na inexistência, e aceitava isso. Tudo isso fazia de mim uma pessoa desinteressante. Mas eu não queria ser interessante, era muito difícil.